domingo, 27 de janeiro de 2013

Django - Uma opinião




Fui, essa semana, assistir o novo filme do Tarantino, Django Livre. Gostei muito, e resolvi escrever minha opinião sobre ele, mesmo não conhecendo sobre cinema.

Uma das coisas que sempre me prendem em um filme é a trilha sonora, e Tarantino não deixa a desejar com a escolha das músicas do filme, vai do soul ao hip-hop, gêneros da cultura negra.  A trilha sonora de Django, para mim, é tão quanto boa quanto a dos outros filmes do Tarantino.

O filme trata da escravidão, não de forma muito profunda, mas retrata a real situação pela qual os negros passavam na época. Humilhações, torturas... Ser castrado,  chicoteado ou comido por cachorros, eram algumas das mais comuns. Coisas pelas quais nenhum ser humano, ou mesmo um animal, merece passar.


Apesar de Django (Jamie Foxx) ser um ex-escravo, que foi separado de sua mulher, chicoteado e passado por diversas torturas, não senti um sentimento abolicionista nele, mas sim, de vingança. Com certeza, Django não foi um "heroi", provavelmente nem era o que pretendia parecer, nem lutou contra a escravidão, seu objetivo era salvar sua mulher (Broomhilda), e nao mediu esforços para tal. 


A ajuda do Dr. King Schultz (Christoph Waltz) foi essencial, sem ele nada poderia ter sido feito. Com um pensamento muito acima do seu tempo, o dentista além de libertar Django da escravidão, mudou o rumo de sua história quando o convidou para ajuda-lo como caçador de recompensas. Me surpreenderam suas ações, principalmente quando decidiu ajudar Django em sua vingança, colocando como seu, o objetivo o do amigo.

Os dois tiveram de enfrentar o dono da fazenda Candyland (Calvin Candie), uma das maiores do Mississippi. Interpretado por Leonardo DiCaprio, que conseguiu atuar de forma excelente o papel de vilão. Porém, não considero de forma alguma que seja o seu melhor papel, O Aviador é de longe melhor, mas conseguiu demonstrar muito bem, como os senhores tratavam os seus escravos, como propriedade e como um ser inferior, condenado a servidão.


Por falar em condenado a servidão, o papel de Samuel L. Jackson (Stephen) é exatamente esse. Um escravo pior que qualquer outro, que serve por amor ao seu patrão, mandando em outros de sua raça, maltratando-os, tudo em forma de honra ao seu senhor.


Para mim, todos os personagens foram muito bem pensados e interpretados, as cenas de violência muito bem feitas, tão quanto as falas, que muitas vezes nos faziam rir.


Enfim, Django é um filme que deve ser assistido por todos, principalmente pelos fãs de filmes de faroeste, que, provavelmente, irão gostar tanto quanto eu!


Dayane de Oliveira Pacheco

domingo, 20 de janeiro de 2013

Colágeno: uma solução ilusória

O colágeno é uma proteína, naturalmente produzida pelas células e têm como principal função unir e fortalecer os tecidos, dando firmeza e sustentação à pele.

Quando há deficiência de colágeno perdemos a força e a elasticidade da pele, provocando rugas e estrias, que são algumas das principais preocupações dos vaidosos e vaidosas da atualidade.
Sabendo da busca contínua pelo rejuvenescimento, e da vaidade, até obsessiva, das mulheres e homens do mundo todo, as indústrias farmacêuticas decidiram “resolver” o problema, com uma solução simples: produzir colágeno.

O colágeno se transformou em febre mundial e ainda hoje é usado em muitos dos dermocosméticos do mercado farmacêutico.

O problema está em um simples detalhe: o colágeno não faz efeito algum.

Por ser uma proteína de alta complexidade (grande), ela não consegue penetrar nos pequenos poros da nossa derme (pele), ficando apenas na superfície dela.

No caso das cápsulas e dos suplementos, é a mesma coisa. Estamos ingerindo nada mais que gelatina, que é o colágeno puro, apenas com corantes e conservantes. Quando se ingere uma cápsula de colágeno ela é absorvida e eliminada, pois todas as proteínas (incluso o colágeno) são absorvidas no intestino, no caso do colágeno, na forma de aminoácidos livres, e não na forma de proteína em si. Ou seja, o colágeno é eliminado sem provocar efeito algum a pele, por não ter sido absorvida em forma protéica.

O mercado farmacêutico tem plena consciência disso, porém, como já se sabe, o objetivo não é o bem comum, e sim, o lucro, o combustível do capitalismo.

Inocentemente, induzidos por propagandas enganosas, acabamos comprando uma solução ilusória.

Não há método comprovado, hoje, de repor colágeno, mas, há modo de acelerar a sua produção, como a ingestão de vitamina C, encontrada em frutas, como a acerola, laranja, morango, e também, claro, em dermocosméticos e produtos anti-envelhecimento. Essa pode ser uma solução muito mais eficaz, ou em casos mais extremos,  a plástica, uma “solução” a um problema inevitável, o tempo.

Não há como ser jovem eternamente, há formas de mascarar a idade, e as linhas que expressam uma vida longa e desgastada.

O nosso sistema se utiliza várias vezes, da ignorância do público, pondo a ingenuidade a seu favor, a favor do lucro, pois sem ele o capitalismo não sobrevive.

Não sirva de combustível ao sistema, que te oprime e te engana. Abra os olhos, fuja da ignorância, pois ela nos leva, cada vez mais a morte, muito mais do que linhas de expressão.

Dayane de Oliveira Pacheco

domingo, 13 de janeiro de 2013

Meu primeiro cover: Boa Pessoa - A banda mais bonita da cidade

Estou muito feliz! Enfim, fiz meu primeiro vídeo, com a ajuda, claro, do meu amor.

Enfim, esperei um mês por um domingo de sol em que eu não tivesse compromissos, mas, como nem tudo é como a gente quer, estava nublado. Fazer o que...

Além de que chegamos as 9h, e tinha criança soltando pipa e jogando bola, logo, talvez vocês ouçam alguns ruídos  Mas, depois de gravar três músicas, gostei de uma. Espero que também gostem! E quem sabe, em algum outro dia de sol faremos mais...


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

As bandas que todo indie precisa conhecer (e bem)

Nessas semanas de férias ando ouvindo muita música nova, e essa lista me animou bastante, fiquei apaixonada... Então, segue a lista do TOP 10 da repórter Cinthya Oliveira, que aponta as melhores bandas indie do momento. 

1. Transmissor

Uma das bandas mineiras com maior potencial para estourar em todo o Brasil. O segundo álbum do grupo, "Nacional", foi lançado ano passado e recebeu críticas calorosas, inclusive da revista Rolling Stone. Com som suave, fortemente influenciado pelo Clube da Esquina, o grupo foi formado em 2007 por dois remanescentes da banda Diesel (Udora): Thiago Corrêa e Leonardo Marques.





2. Violins


Quem vai a um show do Violins tem a impressão de estar de frente a um novo Los Hermanos, tamanha paixão dos fãs, que cantam todas as músicas a plenos pulmões. A banda foi criada em Goiânia em 2001, e já lançou cinco discos, sendo o último deles, "Direito de Ser Nada" (2011). A legião de devotos que a banda arrasta se deve ao forte conteúdo de suas letras – "para cortar os pulsos", como dizem por aí.






3. Lucas Santtana

Sobrinho de Tom Zé, ninguém sabe ser um tropicalista da contemporaneidade melhor do que Lucas Santtana. Um dos melhores compositores de sua geração, o músico baiano lançou este ano o sensacional disco "O Deus que Devasta Mas Também Cura", até o momento o melhor álbum do ano (vale lembrar que o segundo petardo de Tulipa Ruiz ainda não chegou às lojas). Esse download é imperdível: www.lucassanttana.com.br.

 


4. Apanhador Só

A banda mais encantadora do cenário musical da atualidade. O grupo gaúcho chama atenção pela delicadeza de suas letras (são poucos versos, mas muito significativos) e criatividade nos arranjos. A voz de Alexandre Kumpinski também é especial. O Apanhador Só tem um álbum homônimo, de 2010, e um "Acústico Sucateiro". Recentemente, lançou o EP "Paraquedas".

 



5. Macaco Bong

O trio de Cuiabá se destacou no circuito de festivais e mostrou a artistas e produtores que vale a pena investir num som instrumental. Seu primeiro álbum, "Artista Igual Pedreiro", foi eleito, pela revista Rolling Stone, o melhor disco do ano de 2008. Atualmente, o grupo, que agora conta com o mineiro Gabriel Murilo, prepara o novo álbum "This Is Rolê", que deve ser lançado em breve.

 


6. Graveola e o Lixo Polifônico

Coletivo de ótimos músicos de Belo Horizonte. Pelos ótimos três discos – sendo o mais recente "Eu Preciso de um Liquidificador" - fica claro como o grupo sabe unir as referências tropicalistas (em especial, Os Mutantes) com a linguagem da contemporaneidade. Destaque para a flautista Juliana Perdigão, que no ano passado lançou o elogiadíssimo "Álbum Desconhecido".

 


7. Garotas Suecas

A banda é sinônimo de diversão. Com um som que mistura Tim Maia com Roberto Carlos, o grupo paulista faz um som tão dançante que é impossível ficar parado em seus shows. Talvez por isso seja uma das bandas brasileiras mais bem recebidas no exterior. Seu único álbum, "Escaldante Banda", foi considerado um dos melhores de 2010 por quase toda imprensa especializada.



8. Eddie

Não dá para dizer que entende de rock nacional sem conhecer a banda Eddie. Embora não tenha tido o mesmo sucesso de Nação Zumbi, Mundo Livre SA e Otto, o grupo é uma das maiores referências do movimento Mangue Beat. Para quem não sabe, a turma liderada por Fábio Trummer é a criadora do sucesso "Quando a Maré Encher". Seu último disco é "Veraneio".

 


9. Felipe Cordeiro

Ele é o autor de um dos principais lançamentos do ano: “Kitsch Pop Cult”. Neste álbum, o músico paraense se vale dos principais sons de sua terra (carimbó, lambada, guitarrada) para fazer músicas que são bregas e sofisticadas ao mesmo tempo. As letras também são ótimas. Vale a pena ficar de olho em toda cena atual do Pará, que conta ainda com Aíla, Metaleiras da Amazônia e Lis Sophia. 




10. Black Drawing Chalks

Rock cheio de pegada vindo de Goiás. O BDC, como também é conhecido, faz um som cru e, ao mesmo tempo, dançante, com referências do grunge e do hard rock. Possuem dois discos de estúdio, "Big Deal" e "Life Is A Big Holiday For Us", sendo que o segundo foi eleito pela revista Rolling Stone como o sexto melhor álbum do ano de 2009 produzido no Brasil.

 


BÔNUS

11. Cícero


Até meados do ano passado, ninguém sabia quem era Cícero. Mas depois que o músico disponibilizou gratuitamente seu "Canções de Apartamento" na internet, o artista carioca se transformou em febre nas redes sociais. As composições são simples e belíssimas. Tanto letras quanto arranjos mostram bem a influência de Marcelo Camelo. Recentemente, o músico fechou com a Deck. Ele deixou de ser indie, porque assinou com gravadora, mas continua sendo sensação entre os antenados à cena independente.




Fonte: As bandas que todo indie precisa conhecer (e bem)

12. Vivendo do Ócio (minha sugestão)

A banda baiana formada em 2006 pelos amigos Jajá Cardoso (voz e guitarra) e Luca Bori (baixo) são a sensação do rock de Salvador. Desde 2009 os baianos vem surpreendendo, principalmente depois da estreia nacional na MTV. Com influências de Arctic Monkeys, The Strokes e The Hives, e com o jeitinho brasileiro, eles fazem uma música muito boa de se ouvir. Vale a pena conferir!





domingo, 6 de janeiro de 2013

Por uma sociedade melhor, meninos deveriam brincar de boneca e de casinha


Por Leonardo Sakamoto


Tenho dado bonecas de pano de presente para filhos de alguns amigos. Há algumas lojas que vendem brancas, negras, indígenas, asiáticas.
Diante do estranhamento dos pais (“Ah, mas ele é menino!”), tento explicar que brincar de boneca e de casinha deveria ser algo incentivado a ambos os sexos.
Formaríamos homens mais conscientes e menos violentos se eles entendessem, desde cedo, que cuidar de bebês, cozinhar, limpar a casa não são tarefas atreladas a um gênero, mas algo de responsabilidade do casal. Não há nada mais anacrônico do que tomar como natural que o homem deve sair para caçar e a mulher ficar cuidando da tenda no clã. Em alguns países, após um período inicial de licença maternidade básica, o casal escolhe quem continua fora do trabalho para cuidar do pimpolho. Podem decidir, por exemplo, que ele ficará em casa e ela irá para a labuta.
Enquanto isso, damos armas e espadas de brinquedo para os meninos. Dia desses, vi um par de pequeninas luvas de boxe expostas em uma loja – para lutadores de seis anos. Evoluímos como sociedade, mas continuamos fomentando a agressividade entre eles como se fosse algo bom. A indústria de brinquedos, com raras exceções, trabalha com essa dualidade “meninas precisam aprender a cuidar da casa e ficar bonitas para os meninos” e “meninos precisam aprender a governar o mundo”. Quem quer romper com isso encara certa dificuldade para encontrar produtos.
O filho de um amiga ganhou de presente um kit de panelinhas, prato e talheres de brinquedo. Ele adora. Mas foi duro encontrar um modelo que não tivesse estampas com desenhos de meninas. Isso sem contar as caixas, que trazem garotas brincando de cozinha, como se o produto não pudesse ser utilizado por garotos também. Isso sem falar dessa imbecilidade de que rosa é cor de menina e azul de menino. Quando alguém começa a defender esse maniqueísmo pobre, dá uma preguiça…
Brinquedos não deveriam trazer distinção de gênero. Ou como diz uma imagem que estava correndo o Facebook: “Como saber que um brinquedo é para menino ou para menina?” E faz uma pergunta: “Vibra?” Se a resposta for sim, não é para crianças. Se a resposta for não, vale para ambos os sexos.
O homem é programado, desde pequeno, para que seja agressivo. Raramente a ele é dado o direito que considere normal oferecer carinho e afeto para outro ser em público. Ou cuidar de bebês e da casa. Manifestar sentimentos é coisa de mina. Ou, pior, é coisa de “bicha”. De quem está fora do seu papel. Papel que é reafirmado diariamente: dos comerciais de produtos de limpeza em que só aparecem mulheres sorrindo diante do novo desentupidor de privadas até a escolha de determinados entrevistados por nós jornalistas, que também dividimos o mundo entre coisas de homem e de mulher. “Ah, mas o mundo é assim, japa.” Não, não é assim. Nós que não deixamos ele ser diferente.
Homens que trabalham no Brasil gastam 9,5 horas semanais com afazeres domésticos, enquanto que as mulheres que trabalham dedicam 22 horas semanais para o mesmo fim. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com isso, apesar da jornada semanal média das mulheres no mercado ser inferior a dos homens (36 contra 43,4 horas, em termos apenas da produção econômica), a jornada média semanal das mulheres alcança 58 horas e ultrapassa em mais de cinco horas a dos homens – 52,9 horas – somando com a jornada doméstica. Ou 20 horas a mais por mês. Ou dez dias por ano.
A análise mostra também que 90,7% das mulheres que estão no mercado de trabalho realizam atividades domésticas. Enquanto isso, entre nós homens, esse número cai para 49,7%. Porque brincar de casinha é coisa de menina.
Trabalho doméstico não é considerado trabalho por nossa sociedade, mas sim obrigação, muitas vezes relacionado a um gênero, que tem o dever de cuidar da casa. Às vezes, o casal trabalha fora e, nesse caso, terceiriza-se o serviço doméstico para outra mulher, seja ela babá, faxineira ou cozinheira. Sem, é claro, garantir a elas todos os direitos trabalhistas porque, até o Congresso Nacional aprovar nova lei, são cidadãs de segunda classe. E, diante da possibilidade de pagar direitos trabalhistas a quem faz o trabalho doméstico, a classe média pira.
A disputa é no campo do simbólico e, portanto, fundamental. Todos nós, homens, somos inimigos até que sejamos devidamente educados para o contrário. E os brinquedos que escolhemos para nossos filhos fazem parte dessa longa caminhada a fim de garantir um mínimo de decência para com o sexo oposto.
Abaixo, vídeo de uma sensacional campanha do governo do Equador contra o machismo que traduz em imagens o que quero dizer:

Texto retirado de Blog do Sakamoto