segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Pós 'Brilho eterno de uma mente sem lembranças'


"Abençoados sejam os esquecidos, pois tiram maior proveito dos equívocos."

(Friedrich Nietzsche)




Se eu pudesse apagar alguém da minha memória, eu apagaria? E se eu pudesse mudar a minha história, eu mudaria?

E se... O ‘se’ é um terrível tormento pra mim, porque o ‘se’ poderia mudar todos os momentos da minha vida, qualquer simples mudança, virar a esquerda ao invés da direita, mudaria toda a rota do meu ser. Cada minucioso passo, faz de mim o que eu sou hoje, me constrói...

O acaso é tão confuso quanto a morte. É um mistério que está sempre sendo desvendado, mas nunca por completo. Nunca sabemos aonde o acaso pode nos levar, e por mais que planejemos toda a nossa vida, o acaso sempre vem, e faz dela imprevisível, irremediável, como a morte.

Eu fecho os olhos, e lembro, de tudo o que eu vivi, aonde o acaso me levou, e eu não mudaria nada, sequer uma vírgula. Eu sou cada sofrimento, cada lágrima, cada culpa, cada erro, e apaga-los não me torna imune a outros erros, eles estão sempre ali, perseguindo cada um...

E se eu tivesse asas, se eu fosse um homem, e se eu pudesse ler os pensamentos...
Atordoa-me as coisas da imaginação... E o ‘se’ faz da imaginação, infelizmente, limitada, não podemos torná-las reais.

E se os sonhos se tornassem reais? Eu seria mais feliz? E se eu me perdesse no esquecimento?

E o destino? Não acredito, ou melhor, somos donos do nosso destino, não nascemos com a vida pré-destinada, podemos mudar o destino quando quisermos.

Sem culpa, sem medo, sem dor, todos nós queríamos apagar esses sentimentos, mas é isso que nos torna humanos, confusões, mas que nos ensinam e nos fazem.
E se eu me matasse? Eu perderia todo o meu fracasso, as minhas lembranças e me perderia no esquecimento, e todo esse eu se resumiria a nada.

Uma mente sem lembranças é um recomeço de uma vida, mas morte de outra.

Dayane de Oliveira Pacheco

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