quinta-feira, 19 de agosto de 2010

tributo a Raul S. Seixas


21 de agosto de 2010 estamos exatamente 21 anos sem Raul, um gênio e um grande músico, alias, um dos maiores músicos brasileiros e ousado por ser um dos que fizeram a cara do rock brasileiro, sem imitar o rock americado ou o canadense.
Nascido em 28 de junho de 1945, em Salvador, filho de Raul V. Seixas e Maria E. S. Seixas.
Cresceu em Salvador, sua terra natal e, ao invéz de eu contar a vida dele, vou deixar que ele mesmo conte e em forma de música, coisa que ele fazia muito bem.

Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
sou um dito cidadão respeitável
e ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos aqui na Cidade Maravilhosa
Eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa
Eu devia estar contente Por ter conseguido Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado
Porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção de coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo
Prá ir com a família no Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos
Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano ridículo, limitado
Que só usa dez por cento De sua cabeça animal
E você ainda acredita Que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte Para o nosso belo quadro social
Eu que não me sento no trono de um apartamento
Com a boca escancarda cheia de dentes esperando a morte chegar
Porque longe das cercas Embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

(ouro de tolo - Raul Seixas)

Por fim, morreu em 21 de agosto de 1989 de pancreatite aguda fulminante. E hoje, 21 anos depois de sua morte o mundo ainda lembra, se encanta e canta as suas músicas que foram eternizadas pela voz de um gênio da música brasileira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário